Os símbolos Pascais
O sentido da Páscoa tem sido manifestado através de diversos símbolos. Alguns deles, como coelhos e ovos de chocolate, acabaram reduzidos a artigos de consumo cada vez mais refinados, tornando-se difícil reconhecer o seu sentido pascal. Muitos se perguntam: O que o coelho tem a ver com o ovo? Ou o que ambos têm a ver com a Páscoa?
Embora possam ofuscar o verdadeiro sentido pascal, para entendê-los, é preciso recordar a razão de ser da Páscoa: a ressurreição de Jesus! Jesus ressuscitou! A vida venceu a morte! Páscoa é a festa da vida. À luz deste significado maior, podemos compreender o sentido que se quer atribuir a ovos e coelhos como símbolos pascais. Os ovos são símbolos da vida que nasce; os coelhos, conhecidos pela fertilidade, também estão associados à vida abundante. Contudo, por mais que se possa atribuir significado pascal a eles, nada se compara aos dois maiores e mais genuínos símbolos pascais: o cordeiro e o círio pascal, que representam o próprio Cristo morto e ressuscitado.
O Círio Pascal é a grande vela acesa na Vigília Pascal, a partir do fogo novo, no qual se encontram gravados: as letras A e Z ou suas correspondentes Alfa e Ômega, no alfabeto grego, lembrando que Cristo é o princípio e o fim de tudo; os algarismos representando o ano em que se celebra a Páscoa, 2.0.1.9, portanto, a sua atualidade; uma grande cruz, na qual são inseridos cinco cravos, recordando as marcas da Paixão trazidas pelo Ressuscitado. O Cristo glorioso é o mesmo Jesus que doa sua vida na cruz, conforme o célebre episódio do encontro de Tomé com Jesus.
O Cordeiro é um símbolo pascal de origem bíblica, utilizado na celebração da Páscoa judaica. Jesus é o novo cordeiro pascal, cujo sacrifício traz a vida e a salvação; sua morte coincide com o sacrifício dos cordeiros no templo de Jerusalém, segundo a narrativa joanina da Paixão.
Cardeal Sergio da Rocha