Dom José Gislon
Administrador Apostólico da Diocese de Erexim
Estimados Diocesanos! Dentre as vocações lembradas e celebradas na vida da Igreja povo de Deus, está a vocação à vida matrimonial. Quando falamos em vida matrimonial, temos presente a família, essa pequena igreja doméstica, que tem passado e vem passando por muitas provações e transformações nos últimos anos.
As figuras centrais do núcleo familiar, “pai e mãe”, sofrem com as mudanças dos valores relacionados à família, e, muitas vezes, ficam sem saber como agir para defender a integridade do próprio lar que construíram sobre os alicerces do amor, da esperança, do respeito mútuo, da fé em Deus, Pai criador e redentor.
No segundo domingo do mês de agosto, mês vocacional, celebramos o dia dos pais. Talvez não o celebremos com aquela intensidade emotiva e afetiva com que celebramos o dia das mães. Isso até pode ser compreensível, porque a figura materna de nossa mãe representa mais a acolhida, a ternura, a proximidade, principalmente nos momentos mais difíceis da nossa infância, adolescência e, porque não dizer durante toda sua vida, ela terá sempre um pensamento mais significativo para os seus filhos. Talvez por uma questão cultural, a figura do pai está mais relacionada ao aspecto da autoridade.
Hoje poderíamos nos perguntar: O que é um pai? Podemos definir como “uma pessoa de carne e osso, que possui uma história, um estilo, um temperamento”, que fez parte da minha vida com a sua presença, ou pela sua ausência. Mas posso também ter presente como figura de pai aquela pessoa que esteve perto e se fez próximo de mim, em cada pequeno e mal dado passo no início da minha vida. Para que eu pudesse crescer, sonhando com novos horizontes, ele foi consumindo suas forças e declinando como o sol no poente, depois de ter iluminado o dia que termina.
Na caminhada da vida, às vezes, como filhos, não sabemos estar próximos de quem consumiu a vida para fazer-se próximo de nós. Podemos ter na nossa família pessoas sofrendo pela fragilidade física, o que por si só é muito dolorido, mas a dor maior é aquela provocada pela ausência do amor, pois só por ele podemos fazer-nos próximos de quem nos ama. Que Deus Pai, abençoe todos os pais.
FONTE: CNBB